TECNOLOGIA

Publicado em 04 de Agosto de 2017 12:28

O impacto da tecnologia e da internet na crise política e econômica

Publicado por Thaís Albuquerque Expirado
O impacto da tecnologia e da internet na crise política e econômica

Redes sociais e aplicativos mudaram a maneira como os brasileiros veem a política e o momento do país

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Os brasileiros, que já são considerados o segundo público mais engajado da internet, de acordo com o estudo “O consumidor conectado: compreendendo a jornada para o engajamento”, feito pela Affinion em parceria com a Oxford Brookes University, nos últimos anos, passaram a se mostrar também interessados por política.

Essa vontade de comentar os assuntos e postar fotos, textos, gifs e vídeos começou em 2013, quando se iniciaram os primeiros protestos contra o aumento da passagem, a Copa do Mundo, e as Olímpiadas. O ápice destes movimentos, no entanto, está acontecendo desde o Impeachment de Dilma Rousseff até agora, já que as mais denúncias de corrupção contra o atual presidente, Michel Temer, e outros políticos de impacto nacional, como Aécio Neves, tomaram o noticiário nacional.

Enquanto os problemas na política e na economia acontecem, a tecnologia e a internet conseguem mostrar a importância e o impacto que as mesmas têm na sociedade. A tecnologia trouxe mais acesso a informação para todos nós e, com isso, as falcatruas e esquemas do governo deixaram de ser temas escondidos a sete chaves.

O avanço da internet e das redes, ajudou a escancarar muita sujeira, o que nos traz uma única certeza: precisamos de políticos novos, mais adequados e mais inseridos nessa nova realidade da sociedade, ou seja, mais transparentes.

 

O exemplo das Diretas Já

O movimento das Diretas Já aconteceu em 1983, enquanto os brasileiros pediam, nas ruas de todo o país, por eleições diretas. Atualmente vemos grupos nas redes solicitando o mesmo então é facilmente possível comparar os dois movimentos, que têm o mesmo objetivo, mas muitas diferenças

Durante as Diretas Já de 1983, as pessoas se reuniam em pequenos grupos formados a partir de convivências já estabelecidas: na empresa, escola, faculdade, no mesmo bairro. Depois, esses grupos passavam a se encontrar em lugares icônicos para reivindicar.

Hoje em dia, mesmo sendo um cenário inconstitucional e deturpado, muitas vezes propagado pelos mesmos políticos que são acusados de corrupção, a reunião de pessoas em prol de um movimento acontece de maneira mais rápida e ágil, porém, muito mais superficial. Em poucos minutos, centenas de milhares de pessoas conversam por whatsapp, grupos, páginas ou eventos e, em algumas horas, estão em um protesto que conseguem parar cidades, mas, infelizmente, muitas vezes, não conseguem defender as suas próprias ideias e não sabem nem o que estão fazendo lá.

A rapidez com que tudo acontece, no entanto, mesmo com o poder de estar inserido nas questões políticas, também tem outro lado negativo: as notícias falsas se espalham com a mesma velocidade das verdadeiras. Ou seja, atualmente acontecem problemas que não ocorreram antigamente, como candidatos usando o movimento como bandeira de eleição e pessoas perdendo as referências do que é certo ou errado, de quem está em qual lado, graças aos conteúdos oportunistas gerados por alguns e espalhados por muitos.

Não é o conhecimento que gera divisões nas populações e guerras pelo mundo, e sim a desinformação desenfreada que muitos propagam como sendo especialistas, e que, apesar do conhecimento atualmente estar disponível a praticamente todos com alguma conexão com a internet, apenas poucos aprofundam-se fielmente aos conceitos que defendem. Por conta disso, a proliferação de bobagens e informações deturpadas tendem a ganhar muito mais audiência na internet, especialmente para os paladinos da justiça social que lutam pelos direitos das ditas minorias da sociedade, sem saber das reais situações, e sempre, do conforto do seu super smartphone.

Para solucionar os problemas de governo e sociedade, então, posso citar o que parece básico, mas infelizmente não é executado: educar o povo de verdade e dar voz aos eleitores. E do lado dos políticos, bem, estes, independente dos partidos aos quais estão inseridos, precisam entender que o Brasil precisa de novos ares, novos conceitos e principalmente novas formas de fazer a sociedade ao qual foi eleito para cuidar, crescer e prosperar. Sempre com a maior transparência exigida ao seu cargo.

 

Fonte: www.administradores.com.br